ECONOMIA
Inflação de junho disparou após greve dos caminhoneiros
A inflação brasileira disparou em junho de 2018 influenciada pela greve dos caminhoneiros: subiu para 4,39% no acumulado de 12 meses, próximo a meta de 4,5%. No período imediatamente anterior, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia registrado 2,86%. Este resultado é atípico e fruto da conjuntura do mês anterior.
O IPCA de junho foi de 1,26%, a maior taxa para o mês desde 1995 (2,26%), e 0,86 ponto percentual (p.p.) acima do 0,40% registrado em maio. É a primeira vez desde janeiro de 2016 (1,27%) que o índice fica acima de 1,00%. O acumulado no ano (2,60%) também é superior ao mesmo período do ano passado (1,18%).
“A inflação deve apresentar resultados reduzidos nos próximos meses por conta da economia em recuperação, mas acima do que vinha sendo observado no começo do ano, e deve fechar o ano de 2018 em 4,0%”, analisa o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.
Os grupos Alimentação e bebidas (2,03%), Habitação (2,48%) e Transportes (1,58%), que concentram aproximadamente 60% das despesas das famílias, foram os que mais influenciaram o IPCA de junho, com 1,18 p.p. de impacto, ou cerca de 93% do índice.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Vestuário (-0,16%) apresentou deflação em junho, enquanto os demais variaram entre 0,00% (Comunicação) e 2,48% (Habitação).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 1,43% em junho, a maior alta para o mês desde 1995 (2,18%), e ficou 1,00 p.p. acima da taxa de 0,43% de maio. É a primeira vez desde janeiro de 2016 (1,51%) que o índice ficou acima de 1,00%. O acumulado no ano ficou em 2,57%, acima do 1,12% registrado em igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 3,53%, bem acima do 1,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2017, a taxa atingiu -0,30%.